quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Soneto 18 - Willian Shakespeare

Shall I compare thee to a summer's day? 
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer's lease hath all too short a date:


Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm'd; 
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature's changing course untrimm'd;


But thy eternal summer shall not fade
Nor lose possession of that fair thou owest;
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,


When in eternal lines to time thou growest: 
So long as men can breathe or eyes can see,
So long lives this and this gives life to thee.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Da Lua, o Sol

Senhora Lua, insistente, invade o quarto no descuido da cortina.
Rouba o sono, sabe que alguém roubou-lhe o seu. Poupa os sonhos, sabe que desse alguém também os recebeu.
Já sabe que o brilho refletido em si, não é seu, alguém lhe concedeu.
Senhorita Lua, inocente, entregou suas lágrimas ao algodão.
Se agora chove é por alguma razão.
Dona Lua, dona do Sol.
Desde a manhã, o circunspecto Rei prevalece.
Quando sua luz foge ao oposto, deixando a escuridão como vestígio, a Rainha entra em cena, monologando no palco imensurável do revezamento.
Os dois surgem, valsando individualmente, em passos cronometrados.
Os dois Reinos divididos, sabem que compartilham de um mesmo fulgor.
Fulgor esse, oriundo da saudade, como penhor, sem devolução. Um presente.
O brilho emprestado, se torna então, o resultado da admiração de um astro em resposta a uma fã da paixão.
As cortinas se fecham, o espetáculo não acaba. E o que resta são palmas silenciadas.
Lua, querida Lua, esse brilho não é seu, mas por que o pedem a ti, e não a quem lhe deu?
Da Lua, o Sol. O que ilumina o SEU olhar?